terça-feira, 23 de setembro de 2014

Italia deixará saudades, Eslovenia e Croácia, chegamos!

03/09 - 50km - Choveu a noite toda e boa parte da manhã. A chegada em Verona foi bem estressante. Por todos os lugares que tentávamos ir dava acesso a autovia, ou seja, proibida para bike. Aí geral começa a buzinar e a te deixar muito nervoso. Esta cada vez mais difícil passar por grandes cidades. Enfim, a cidade é bem bonita e bem antiga. Visitamos a Arena de Verona, por fora, pois ia ter um concerto na hora. Essa arena é do século I, e até hoje tem apresentações de concertos nele, incrível. E foi aqui que foi vivida a história de amor de Romeu e Julieta, ai que romântico. Para deixar a cidade, a mesma treta para sair. Entramos num parque logo depois da cidade e achamos um diocamping num parquinho de criança perfeito, ainda era coberto.
04/09 - 80km - Pela manhã chegaram uns funcionários do parque para cortar a grama. Nos olharam com aquele ar de curiosidade e vieram conversar com a gente, na maior simpatia. E ainda ficamos grilados achando que alguém vai brigar com a gente. A policia também passou viu a gente lá e ainda acenaram, ahhh os italianos! Paramos para comer numa zona industrial, passou um cara e nos deu uma bandejinha de presunto, assim, do nada, para nos agradar mesmo. O pão só ia ter queijo e tomate, adoramos. Passamos por Vicenza, cidade grande e bonita. Paramos num café para dar uma descansada. Um cara simplesmente pagou nossos cafés, viu que estávamos de bike. Caramba, quanta gentileza. 
Tava difícil de achar um diocamping. Arrumamos um cantinho num milharal, de boa.
05/09 - 50 km - Acordamos e tinham várias lesmas grandes nas nossas coisas. As lesmas não seriam tão nojentas se não soltassem uma gosma pelo orifício delas. Elas são tranquilas, eu até gosto delas, mas são muito nojentas e um pouco feinhas também, mas a gente acaba acostumando. Passamos por Padova, as cidades italianas por quais passamos são meio parecidas, tem muita coisa interessante, mas como a gente sempre passa voando, fica difícil lembrar dos detalhes. Passamos pelas cidades proximas a Veneza, com lindos canais. E foi num parque de uma dessas cidades que acampamos, estávamos tão escondidos que nem os cachorrinhos que passavam sacavam que tinha gente ali. Compramos uma ducha portátil, que alegria! Dormir podrão, nunca mais!

Arena di Verona, século I

Pneu furado, agora que aprendi, trocarei os meus sempre. Poupar o bebezão né.

Essa foi a casa mais linda que encontramos até agora.

No caminho de Veneza. Fui tentar tirar foto desses gansos, um deles gritou cabuloso, levei mó susto. Tenho medo desse trem vir me bicar.


06/09 - 35km. A noite foi ótima. Tomamos nosso café e partimos rumo a Veneza. Fomos pela única estrada que dá acesso. Chegando lá seguimos o fluxo e achamos que só entraríamos em Veneza por barco. Ninguém quer saber de dar informação. Não podia levar as bikes e não tinha onde guarda-las. Comecei a ficar indignada e ja tava querendo dar o fora de lá. Mas aí decidimos tentar chegar o mais perto possível e vimos que dá sim para ir com as bikes, só é complicado de andar com elas na cidade. Então deixamos as bikes na polícia, seguras e fomos visitar Veneza. Esse pessoal de cidade turística tem muita má vontade, tá doido. Demos um rolé por lá. Veneza é muito diferente do que estamos acostumados, vale a pena conhecer. Muita história, muitos acontecimentos. Muito bacana. Tem uma loja só com artigos do Beatles, fiquei louca com as pelúcias dos Beatles. O engraçado é que tem muita gente que vai pra Veneza a caráter, super arrumado, como se fosse para um baile.

08/09 - Depois de 6 dias pedalando direto, precisámos arrumar um camping para descansar, e pra piorar a situação, comecei a sentir que estava com cistite.  Pesquisamos na internet e não tinha nenhum camping no caminho. Por sorte vi uma pequena placa de uma tenda num hotel que tinha um bonito bar que vendia vinhos. O local parecia fino demais, mas não custa perguntar o preço. 10 euros, não acredito! É aqui mesmo que vamos ficar.

09/09 - O camping tava tão bom e tão barato que decidimos ficar mais um dia. Ainda estava meio ruinzinha da cistite, combinamos que íamos passar no medico amanha no caminho. 
Conhecemos o Natalino, de Cabo Verde, fala português, que maravilha poder conversar em português, gente boníssima, nos convidou para tomar um vinho. Eu não gosto mais de vinho e para não fazer desfeita aceitei o vinho rosé que ele me ofereceu. Malucoooo, foi o vinho mais delicioso que já tomei na vida. Era tipo um espumante muito suave e muito saboroso, delicioso. O Thiago também amou. O bar só vende vinho de produção própria, são dos irmãos Giuseppe e Luigi. Demais!

10/10 - Acordei mal de cistite. Não por causa do vinho, pois tomei meia taça. O hospital ficava ha 11km do camping. E lá fomos nós de bike, eu, Thiago e Natalino, que nos levou até o hospital público. Chegando lá, disseram que por ser estrangeira cobrariam pelos serviços feitos no hospital. Grilei. Depois de 2 horas fui atendida. Foi o tempo do exame ficar pronto. A médica passou um antibiótico e pronto, não precisei pagar nada, ufa! Fui na farmácia comprar o remédio e o antibiotico custava menos de 2 euros. Sinistro. A noite fomos para o bar, mas eu nem tomei o vinho divino. Conhecemos o Luigi. As funcionárias do bar eram muito legais, a Estefania e a Rose.

11/09 - 20km - Pela manha choveu muito, enrolamos até conseguir sair do camping. Iamos ficar uma noite e ficamos três. Na hora de pagar o camping, eles não aceitaram. Que surpresa boa viu. 
O diocamping foi num local bem tranquilo perto do trem.

12/09 - 52km - Paramos num posto, tinha internet. Ficamos enrolando um tempão. Não estava totalmente recuperada. Chegamos em Trieste tarde já, quase escuro, o maior vacilo, a cidade é imensa. Anoiteceu e nada de acharmos diocamping. Para piorar começa a chover forte. Fomos até o corpo de bombeiros ver se rolava de dormir lá, não deixaram. Tinha um parque fechado, mas muito estranho, e na cidade não rola de arriscar. Por sorte a gente usa um aplicativo chamado Maps With Me, que mostra um mapa de todos os lugares, nele vimos que tinha uma pequena área verde perto. Fomos verificar, quando vimos tínhamos que subir muita escada para chegar. Foi o jeito, ainda bem que o Thiago é fortão, ahuahua.  Era um parque para dogs, perto de dois prédios, tava tranquilo, ai que alivio!

Dá pra chegar sim de bike a Veneza, o problema é ficar passando pelas 300 pontes que tem lá.



Veneza não é só romance, tinha até um rato nesse gueto.










Loja dos Beatles, mamãe ia ficar doida! Olha o George de pelúcia, cara!
Essa outra loja é de uns irmãos gêmeos, eles fazem esses bonecos. Simplesmente sencacional.
Camping sussa e eu orelhuda.
Eu, Thiago, Rose, Estefania e Natalino. Pessoas incríveis.
Diocamping onde os dogs fazem caquinha, ergg.

13/09 - 25km - Choveu demais, mó lamaçal e cheio de caquinhas de cachorro. Thiago foi calçar o tênis, viu que tinha algo, era uma lesma gigante, hauahuahuhauhahaau. Mas o importante é que conseguimos dormir bem. Cicloviagens não são só flores, lembrem disso. Depois de muita subida, chegamos a Eslovenia. O primeiro contato foi ótimo. Muitos campos verdes e lindos, diocamping por todos os lados. Wi-fi free em todos os lugares. Que delícia de lugar. No posto enchemos nossa ducha de agua quente, achamos um camping bem rápido e tomamos uma deliciosa ducha quente. O diocamping era o mais lindo de todos. Totalmente confortável. E o melhor, não tinha mosquito nem lesma. É isso galera, tem saber lidar com os probleminhas. Em momento algum ontem pensamos em procurar um hotel, persistimos e encontramos um lugar para dormir. E a recompensa por isso foi esse diocamping maravilhoso na Eslovenia, que alegria!

14/09 - 30 km - Pedalar na Eslovenia é uma delícia, fomos bem devagar pra curtir as paisagens. Parecia o cenário do Teletubbies. Por onde passávamos havia um porco sendo assado. Inventamos de comer. Vieram 3 pedaços com mais gordura do que com carne, achei sem graça. Os porcos que assamos na Espanha e na França ficaram muito mais gostosos. Fizemos só uma pequena parte da Eslovênia e entramos na Croácia. Achamos um bom diocamping na estrada. Trocamos nossos euros por kunas, 1 euro equivale a mais ou menos 7 kunas.

15/09 - 55km - Acordamos numa felicidade extrema, cada vez que entramos num país diferente a gente fica empolgadão. O inicio do pedal foi tranquilo, lugares bonitos. Até chegar na cidade grande de Rijeka. Passou uma galera num caminhão e lascou uma buzinada no meu ouvido que ele ficou doendo, não fiz nada de errado, é que na cidade grande, as pessoas odeiam ciclistas, essa é a real. Encontramos um casal de cicloviajantes poloneses, muito engraçados. Era uma segunda, povo estressado. Tratamos de sair fora logo. Passamos por lugares bonitos no litoral, mas cheio de concreto estragando a paisagem. Diocamping numa mata perto da estrada.

16/09 - 30km - Acordamos empolgados de novo. As paisagens foram ficando cada vez mais lindas. Os croatas são muito simpáticos. Vimos um camping num lugar tão lindo que fomos ver o preço. Algo em torno de 15 euros. Decidimos ficar, tomar uma cervejinha e dar aquela relaxada. O camping ficava numa pedra virada para o mar, com uma vista maravilhosa. De madrugada levantei para fazer xixi, vi um céu negro com poucos estrelas muito brilhantes. Ali ventava muito, quase que saímos voando com barraca e tudo.
17/09 - De manha fui tomar banho, tirei a trava da porta para poder fecha-la, o vento empurrou a porta e me jogou pra dentro do banheiro, o problema foi que eu dedo do meio do pé ficou, cacetaaaaaaaa, que dor. Com o vento croata não se brinca. Pedalamos numa estrada beirando o mar muito linda. Fomos até Senj e de lá pegamos as montanhas rumo ao parque nacional. Muita subida. Encontramos 3 cicloviajantes bulgaros, eles não iam parar mas quando falamos que éramso do Brasil, pararam na hora. Gente, como nos somos amados viu. Todo mundo adora o Brasil e os brasileiros. A subida tava bem puxada, meu dedo doento muito, sorte que achamos um local bom pra diocampar, era uma floresta linda cheia de cogumelos de vários tipos.

Olá Eslovênia.

Diocamping maravilhoso.

Olá Croácia.

Casal de poloneses, Michal e Monika.

Paisagens da Croácia.

Marzão lindo.

Se liga no visu desse camping.

Mais um presente pra gente.

Pensa na alegria do cidadão. É fácil agrada-lo.

Cicloviajantes búlgaros: Marjan, Gijs e Griet. 

Diocamping na floresta encantada.

Nossa colheita.

18/09 - 40km - A noite foi fria e gostosa. Subimos mais ate passar a montanha, aí o pedal começou a ficar gostoso. Passamos por vários povoados. Por campos lindos. As pessoas colhendo suas batatas, nas suas casinha. Que coisa linda que é o campo da Croácia. Tem uns velhinhos que dá vontade de ir lá abraçar, de tão bonitinhos. Conseguimos água quente e fomos procurar diocamping. Tomamos banho logo pra agua não esfriar num local qualquer. Chegamos tinha um monte de aves gigantes, nos viram e vazaram. Thiago foi procurar um lugar pra montar a barraca e quase pisou em alguma coisa. Era uma coisa peluda e respirava. Quando fomos ver, era um gatinho bebe, totalmente escondido e imóvel. Estava extremamente assustado. Fui lá com calma peguei ele e o protegi. Ele não parava de tremer e estava super ofegante. Aquelas aves que vimos devem ter pegado sua família, ele acabou se salvando. Eu nunca tinha ficado com tanta dó de um gato. A primeira vez que vi aqueles olhinhos azuis e tristes me olhando, ai que dó. Dormiu com a gente na barraca. A noite ficou miando muito igual neném. Demos o nome de Pivete pra ela.

19/09 - 30km - Pivete não deixou a gente dormir, ainda tava assustada. Pela manha fomos arrumar as coisas e ela só queria saber de ficar escondida do mundo. Colocamos ela na bolsa de guidão, coube certinho, ela ficou super confortável. Fomos procurar um novo lar pra ela. Logo no primeiro lugar que paramos, oferecemos para um cara. Ele ja pegou ela e ficou fazendo carinho. Ebaaa, achamos um pai pra Pivete. Adeus Pivete. Você é uma guerreira. Entramos no Parque de Plitvice, é imenso, é lindo. O local das cachoeiras fica ha uns 30 km ainda. Tem algumas casinhas bem antigas. Diocampamos num lugar maravilhoso.

20/09 - Choveu muito pela manha, fomos sair do diocamping lá pelas 3 da tarde, nem ia rolar de visitar as cachoeiras. Encontramos um camping muito fino. Meio caro, 20 euros, mas valeria a pena. Tinha onibus de graça que levava e buscava até o parque, não íamos precisar levar as bikes. Fechou!

21/09 - Acordamos cedinho, tava um sol lindo, fomos para o parque. Para visitar um dia paga 110 kunas, 2 dias são 180 kunas. É um rolezão irado. Você caminha dentro do parque, passa por muitas cachoeiras, são belezas naturais sem fim. Cenário de filme total. Ainda pega vários barcos para atravessar para os outros lados. Simplesmente sensacional. Se vierem a Croácia não deixem de visitar esse parque, foi o mais lindo que ja fui na vida. Totalmente acessível para os idosos. Encontramos um casal de brasileiros viajando de moto. É muito bom encontrar brasileiros e trocar idéias com viajantes experientes. Eu e o Thiago ficamos destruídos da caminhada.

No caminho, encontramos essa cadelinha mais linda. Parece até uma pantera negra.
Quase que o Thiago pisa nessa coisinha escondida.

Olha que coisinha mais linda essa neném tristinha.

Arrumamos um lugar perfeito pra ela dormir. Ela não parava de me olhar, grilada.

Ela coube certinho na bolsa do guidão.

O novo papai da Pivete. Seja feliz minha gatinha.

Olha que demais, freecamp, pena que não tava na hora de dormir. Sensacional.

Diocamping no Parque de Plitvice. Irado!
Parque Nacional Plitvcite Jezera 

Parque Nacional Plitvcite Jezera 

Parque Nacional Plitvcite Jezera 
Parque Nacional Plitvcite Jezera 
Parque Nacional Plitvcite Jezera 

Parque Nacional Plitvcite Jezera 
Casal de brasileiros viajantes: Marcia e Ricardo.


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Significado de Itália é: comida deliciosa.


14/08 - 40km – Acordamos cedo para atualizar o blog. Demorei umas 3 horas. Ainda na França, passamos pela cidade de Grasse (capital do mundo da perfumaria). Linda cidade no meio da mata, tem muito verde e uma vista maravilhosa do mar. Diocampamos numa mata perto da estrada. Se tudo der certo, amanhã chegaremos na Itália.
15/08 – 71km – O pedal hoje foi bem interessante, passamos por várias cidades lindas e ricas. Nice é uma delas, também no meio da mata. A praia estava lotada de gente. O mar mediterrâneo é lindo, nunca tinha nadado num mar tão azul. Pra quem curte uma praia bonita e badalada, vá para Nice.
Agora se você quer ver gente muito rica, vá para Mônaco, ao lado de Nice. Nas ruas só se vê Ferraris, Porsches e Lamborghinis, e eu que achava que só existisse Ferrari vermelha, vimos de várias cores. Quase não tem mais estacionamento para o tanto de iate que tem por lá, um mais top que o outro. Foi num desses iates que estava George, gente o George é a cara da riqueza. Estava dentro do seu iate que tinha seu nome estampado em dourado no barco. Vestindo uma camisa polo no estilo slim fit com sua bermuda sarja creme e um belo sapato de couro com detalhes em camurça, o cabelo impecável, louro, parecia que estávamos vendo um comercial da Giorgio Armani ao vivo. Uma pena não termos tirado foto de George. George é Mônaco em pessoa.
Tratamos de sair fora logo dali, quero nem imaginar o preço das coisas. Entramos na Italia. O litoral em época de férias fica intransitável. Achamos um camping e fomos empolgados perguntar o preço, 30 euros. O que? Você só pode estar brincando. Fomos atras de outro, estava lotado. Já era noite e não havia nenhum espaço para o diocamping. Então decidimos que iríamos ficar no próximo camping que achássemos pelo preço que fosse. Achamos um e estava lotado. Saímos desanimados e ao lado havia um pequeno parque com uma lagoa, opa, vai ser aqui mesmo. Fechou!

Grasse - França

Diocamping numa mata perto da estrada.

Nice - França.

Só de boa...

Olha a cor dessa agua. Mar mediterrâneo.
No verão as praias ficam assim em Nice.

Nice - França.

Mônaco - França.

O iate de George era esse ao lado.

Ciao Italia! 
16/08 – O primeiro contato com a Itália não foi muito massa, decidimos sair do litoral urgente. Seguimos para as montanhas. Visitamos Badalucco, nadamos numa linda lagoa. Passamos também por Montalto, a cidade fica na montanha, só tem velhinhos na cidade, tudo é muito antigo. Não tinha nenhum espaço plano para o diocamping, achamos um lugarzinho escondido no alto no meio das oliveiras. Tem oliveira por todas as partes nessa região. É muito engraçado, aqui todos dão tchau ao invés de olá, mas na real descobrimos que não é tchau e sim ciao (pronuncia tiao), difícil dar tchau no oi, huahauhuaha.
17/08 – 35km – O diocamping estava tão gostoso que ficamos enrolando um tempão, só curtindo uma preguiça fresca. Parecia até que sabíamos que teria 10 km de subida extrema. Descemos bastante e chegamos numa cidade medieval chamada Pieve di Teco. Arrumamos diocamping num local que parecia ser área privada.
18/08 – Não dormimos direito, é ruim achar que estamos no terreno de alguém, mas na real não era área privada, nos preocupamos atoa. Pegamos mais e mais subidas até encontrar um camping muito aconchegante no povoado de Nava. Tiramos esse dia para tomar uma cervejinha e ficar de boa.
19/08 – O dia amanheceu bem friozinho, ótimo pra ficar descansando, que delícia. Um senhor muito simpático nos convidou para almoçarmos com ele. Valério fez uma bela macarronada de frutos do mar, mamma mia, que maravilha. Ainda nos deu 6 garrafas de chá matte.
20/08 – 50 km - Niver do meu sobrinho lindo Raphael, te amo meu neném. Iamos embora, chegamos a arrumar as coisas, mas o camping tava tão bom que decidimos ficar. Uma senhora muito fofa preparou um spaghetti divino e levou pra gente, Luciana (se pronuncia Lutiana) ainda nos deu uma torta de castanhas que a cada pedaço era um gemido diferente, gostosa demais. Mais tarde Valério nos levou para colher funghi (cogumelos), e nos deu uma aula sobre funghis. Achamos 3 dos mais gostosos (mazza di tamburo). Aqui se come ele empanado. Comemos, e eu fiquei com vontade de comer mais uns 5 daquele. O amigo do Valério nos deus temperos e cerva pra gente preparar os outros cogumelos que colhemos. Depois de uma fartura de cogumelos dormimos cedão, bateu um sono sinistro. Dormir é uma das coisas mais maravilhosas da vida.
21/08 – 50km – Nos despedimos do Valerio querido, ele também estava indo embora. A dona Luciana ainda nos convidou para um café e outra torta dos deuses. Isso só provou o que esperávamos, Itália só tem comida deliciosa. Esse camping foi um dos mais legais, esse e o do Feliciano, na Espanha. O pedal de hoje foi 50 km de descida, nem suamos. Achamos um diocamping amplo e lindo.

Primeiro diocamping na Itália.

Thiago alimentando os patinhos.

Pelo caminho...
Badalucco

Lindo lago em Badalucco.
Lindo lago verde.

Montalto, a cidade dos velhinhos.

Pieve di Teco

Eu e ela, sempre juntas.

Diocamping na area "privada".

Dia de descanso no camping mais irado de todos.

Que lugarzinho gostoso, foi dificil sair daí.

Nesse camping tinha uns patinhos que apareciam toda hora pra comer, a gente engordou esses bichos viu.

Em busca do grande cogumelo.
Nosso professor Valério e Thiago procurando os cogumelos.

O momento da degustação.



Amigo do Valério, Sophia, Saide, Eva, Luciana, Thiago, Valério e Eu.






22/08 – 40km – Tentamos gravar o vídeo das dicas, mas não deu certo. O pedal foi devagar, sem muitas emoções. Achamos um rio ótimo para o banho e um diocamping top perto. Thiago fez um risoto de cogumelos e peito de peru que ficou maravilhoso.
23/08 – 47km – Niver da minha irmã Alê, mãe dos meus nenens, parabéns fofa. Passamos um noite muito tranquila. Começou a chover na hora que acordamos, aproveitamos para dormir até ela passar. O diocamping da vez foi debaixo da ponte, hauhahua. Mas era uma ponte tranquila, longe de cidade grande. Fizemos um gnocchi delicioso. Muito barato, em breve postaremos a receita e os valores nas dicas.
24/08 – 60 km – Niver do meu querido cunhado Clovis (o nome dele verdadeiro é Rodrigo e o apelido mais famoso eu não vou falar, se não ele me mata, huahauha). O pedal foi bem gostoso hoje, passamos numa casa antigona onde Napoleão se hospedou junto com sua tropa “Cascina Torre Garofoli”. Poxa era uma casa gigantesca e estava lá abandonada, sem restauração. Eu fiquei com vontade de entrar, mas esta fechada e jogada as traças, que dó. Na verdade a Itália toda esta abandonada, a impressão que temos é que todos abandonaram as coisas e saíram fora. As zonas industriais só tem fábrica abandonadas. Lindas casas que não são abertas por muito tempo. A maioria dos postos de gasolina não tem funcionários, tudo automático, sem contar os postos fechados. Dá dó de ver. O banho e o diocamping foi atrás de um posto, no milharal, de boa.

Diocamping com a sombra mais gostosa de todas.

Podemos dizer que já dormimos debaixo da ponte. Mas essa ponte era bonita e tranquila.

Detalhe da porta da Cascina, fiquei tentando olhar pelos buracos para tentar ver o que tinha dentro.
Estação de trem.

As cidades que passamos são tão antigas e tem tantos velhos que nas praças tem caixinhas de emergências contendo desfibriladores, ahuahuahuhauha.

26/08 – 24 km :/ - As paisagens estão ficando maçantes, só plantações e zonas industriais, quase não estamos tirando foto. Cicloviagem é massa demais, as missões diárias são: achar lugar pra tomar banho e lugar pra dormir. A dificuldade maior é banho. Quando conseguimos banho frio já é uma alegria extrema, saber que vamos dormir limpos. Agora achar banho quente é luxo demais, quase raro. Tomar um bom banho também é uma das coisas mais maravilhosas do mundo.
27/08 – 30km – Depois de 6 diocampings seguidos, precisávamos encontrar um camping para agilizar as coisas. Em Cremona achamos um. Muito legal essa cidade, muito antiga. Tem uma igreja imensa, linda. O pessoal usa muita bike, e só tem bike retrô, uma mais linda que a outra. Italiano gosta de um entulho. Esse camping que ficamos tinha um monte de trailler jogado. Da pra ver que tá fácil de arrumar, mas além deles não arrumarem, não venderem ou jogarem fora, deixam entulhado pro tempo estragar de vez. O camping era bonito, mas cheio de entulho, entulho antigo cheio de trepadeira em cima, não consigo entender. Por que não doam pra alguém, enfim, coisas de italianos.
29/08 – 30km – Conseguimos gravar as dicas pro pessoal que esta planejando fazer uma cicloviagem, em breve postaremos. Saimos tarde do camping, achamos um rio e diocamping bem selvagem, muito bicho, muito úmido. Onde quer que você esteja na Itália você vai ouvir os sinos de alguma igreja. Incrível!

30/08 – Uma coruja ficou caçando de madrugada pertinho da barraca, pensa numa bicha sinistra, grita pra caramba. Adoro corujas. Passamos por Brescia, cidade bem grande. Engraçado como estamos desacostumados de cidade grande. A gente fica meio perdido com tanto movimento, muita gente estranha, sem contar o transito, é bem estressante. Geralmente passamos rápido por cidades grandes. Arrumamos um bom diocamping perto da zona industrial. Itália é o paraíso dos diocampings.


Essa bike ficou irada!
Casas abandonadas italianas.

Thiago disse que eu fiquei com pose de Bear Grylls nessa foto.

O antigo e o moderno.

São Roque.
Diocamping bacana.


Trailler zerado jogado no canto pro tempo estragar. Tsc, tsc, tsc...

Cremona, só tem bike retrô.

Essa igreja é tão grandiosa que não deu pra pegar ela toda na foto.
Diocamping selvagem, detalhe dos passaros na esquerda.
Por do sol no diocamping selvagem.

Igreja em Brescia. Linda e poderosa. Tinha um cheiro muito bom. As igrejas italianas são muito grandiosas.

Fartura de milho, isso é que é riqueza.